
Amanhã é o dia mais aguardado pelos paraenses, o dia do Círio de Nossa Senhora de Nazará, a padroeira. É um dia em se recebem como hóspedes os parentes e amigos do interior e de outros estados. Estes chegam para acompanhar a procissão e pagar suas promessas.
O paraense costuma aprontar sua casa para esse dia. Geralmente fazem uma faxina geral e pintam a casa. Mas é na cozinha que acontece um dos momentos altos da família, após a romaria. Em quase todas as casas se prepara a maniçoba e o pato no tucupi.
A maniçoba é uma espécie de feijoada indígena, feita com folhas moídas da mandioca e carne de gado e porco. Considerando-se que a mandioca possui alto teor de ácido cianídrico, um veneno danado de poderoso, fico imaginando como os índios descobriram que deveriam cozinhar por 7 dias para despreender o veneno.
Já o pato no tucupi é outro prato delicioso da culinária paraense, que ao meu ver é a cozinha mais exótica do Brasil. O tucupi é um caldo extraído da mandioca (ói ela aqui de novo!), e nele se cozinha o pato (que pelo alto preço tem sido substituído pelo peru ou frango) e o jambú, uma planta cujas folhas tem propriedades anestésicas que acrescenta um sabor especial aos pratos. Nao preciso dizer que amanhã estarei comendo isso. E bon apettit!
* Imagens extraídas dos sites lincados neste post.